Fernando Ribeiro
Antropólogo

Desde sempre no ser Humano pulsou o interesse pelo desconhecido, ora em forma de trovão e medo ora em forma de adoração e busca de felicidade. A adaptação (que perdura), foi o trilho sulcado pelas gerações passados na História de evolução do Homem. Conhece-te a ti mesmo é chave do progresso e uma espécie de adaptação filogenética Humana. O interesse pelo cosmos, de onde provavelmente vimos, pulsa latentemente no ser humano desde os tempos mais remotos. Os deuses, os medos, as culpas, o desconhecido, a guerra, a doença, a fome e a homeostasia surgem como estruturas de sentido arquetipal, moldadas, também, pelas religiosidades experienciadas, em busca da felicidade e, se aceitarmos que cerca de 97% da trajetória evolutiva do ser humano foi vivida em animalidade, compreendemos os medos, as guerras e a barbárie, ainda atuais.

O ET como estereótipo de um ser superior, avançado tecnologicamente, volta a fazer pulsar esses medos e o interesse pelo desconhecido, agora projetados no futuro, onde deus habita, e por isso perseguimos esse rasto prospetivo da nossa civilização. O ET transcende-nos, teima em ocupar espaço no nosso imaginário, amedronta a nossa segurança no sentido em que nos coloca interrogações e duvidas, também escatológicas.

No caso de Alfena, setembro de 1991, distrito do Porto, Portugal, algumas pessoas inquiridas perguntavam-me se aquele artefacto voador, que observaram, significava o fim do mundo, ao exibirem medos pela experiência vivida, associada ao imaginário ET. Aprender a viver em insegurança é a melhor forma de nos sentirmos seguros, nos tempos que correm. Não estamos preparados para compreender que a segurança não existe.

Américo Duarte, Gardunha, inquirido em 1994, dizia-nos que os ET que observava, estavam a voltar à sua Terra de Luz (Lux Citânia – Lusitânia) de onde tinham saído há muitos milhares de anos. Este contactado fechava o Cosmos com a consciência que ELES somos NÓS. Consciência holorénica onde o cosmos vem até nós (na Gardunha) e se fecha. Uma espécie de Xamã com visões sobre a montanha sagrada observando o céu e os (ET) com nuances antropomórficas, com quem comunicava, através duma janela visionária, operada pelo portal do seu estado modificado de consciência (EMC). A ligação ao divino, deixa um rasto de transcendência, também aqui, em que o núcleo de sentido se objetiva, na ligação ao Santuário que existia no Cabeço da Penha, sendo por isso, justificação constante para a permanência dos ET, nessa localidade. Ainda segundo Américo Duarte, os ET tinham uma base no ventre da serra da Gardunha. O outro, antropomórfico, parece ser a projeção do nós. O outro somos nós!

Em 1959, Évora foi palco de observação de dois objetos voadores (Dr. Amaral e outros professores) com posterior queda de uma substancia gelatinosa sobre a Escola Preparatória Andrade de Resende – na altura Escola Técnica -, sobre os telhados, nos fios telefónicos e no pátio da Escola. Recolhidas algumas dessas substancias, foram para análise e foi detetado um ser vivo, microscópico (…). Tudo isto foi atribuído à passagem de objetos voadores. O ET teima em permanecer no nosso imaginário, na construção  dos nossos raciocínios, mesmo com a ausência da evidencia física, sem que isso signifique a evidencia da ausência. Porquê?

Tantas observações desta fenomenologia de diversas fontes e formas, em lugares distantes do planeta teimam em pulsar no nosso imaginário, onde o ET substitui mitologias (célticas) de fadas e duendes, projetando novas hierofanias atmosféricas, neste tempo em que a espiritualidade parece estar a substituir a religiosidade. Por outro lado, os povos parecem retomar (!) as suas especificidades ao reafirmarem o seu passaporte semiótico identitário num mundo esbatido pela globalização, apesar deste Sapiens Sapience – tangido por fileiras epistemológicas -, estar agora a caminho da civilização quântica.

O conhecimento do ser humano e dos seus vizinhos cósmicos estão presentes neste projeto STELLAR ao abrir essa janela visionária.